quinta-feira, 29 de julho de 2010

A poltrona mais segura para se sentar num ônibus

Felizmente, esse é um assunto sobre qual já pensei/experimentei muito, por vários motivos: 1. Sempre viajei muito, uma vez que a Unicamp é longe da minha cidade natal. 2. Devido ao meu azar intrínseco, eu passo mal ao tentar ler em ônibus… coisa que impede de fazer qualquer outra coisa que não seja dormir ou ficar pensando bobagem enquanto contemplo a inspiradora variedade de fauna e flora dos acostamentos da rodovia SP-310 [2]. 3. Eu realmente só penso nessas coisas.

Pois bem, para começar… precisamos nos familizarizar com medidas de azar, como são feitas e suas grandezas. Para não deixar o post muito longo, farei apenas uma breve introdução sobre esses temas.

Como medir azar? É isso sempre foi uma tarefa complicada… mas eu e minhas outras personalidades conseguimos chegar a um consenso. Campos de azar são medidos em “número de contadores geiger quebrados por unidade tempo” [3] devido a exposição ao material azarônico. Mas a unidade no sistema internacional é o Facci (lê-se fáti) [4], onde 1 Facci equivale ao azar medido a distância de 1 metro do QF enquanto ele escova os dentes sob condições normais de temperatura e pressão. (1 Facci = 0,00081127 CGQ/s – contadores geiger quebrados por segundo)

Apenas para ilustrar, aqui vão alguns exemplos de valores de azar e seus riscos:

0 a 0.2 Faccis – Nível normal de azar.
0.21 a 0.6 Faccis – Perigo de quedas sem sentido, acidentes com patins e/ou situações envolvendo fezes de animais.
0.61 a 1 Faccis – Não saia de casa.
1 a 2 Faccis – NÃO SE MOVA!!
Acima de 2 Faccis – Perigo de morte.
Acima de 1300 Faccis – Nunca observado, mas simulações indicam colapso de larga escala das forças gravitacional e eletromagnética.

Como não é todo mundo que tem contadores geiger a disposição… você pode fazer medidas de azar observando a estabilidade de castelos de cartas de baralho de três andares ou mais.

Ok! Depois dessa enrolação toda, estamos quase prontos para responder a questão “Qual a poltrona mais segura para se sentar num ônibus?”. Faltam algumas imposições/aproximações:

A) Vamos trabalhar com um problema 2D, ou seja, não iremos considerar os azares na direção vertical, uma vez que a probabilidade do ônibus ser atingido por um meteóro/avião e/ou passar sobre uma mina terrestre anti-blindado são muito pequenas (mesmo quando somadas). OBS: essa acochambração não é válida para todo o planeta.

B) As medidas de azar aqui apresentadas não foram feitas poltrona por poltrona (as informações que faltavam foram interpoladas). Elas são frutos de minha experiência em viagens, dados estatísticos sobre acidentes de ônibus e pitadas de bom senso.

Agora sim! Estamos prontos…


Mapa de periculosidade por poltrona

Começamos com a região frontal do ônibus que é, com toda certeza, a mais perigosa… Impactos frontais geralmente são bem mais fortes do que em qualquer outra direção e as situações que podem causar essa tipo de impacto são das mais variadas: o motorista pode dormir no volante, pode colidor com outro veículo durante uma ultrapassagem, pode cair de penhasco, cair de pontes, se chocar com rochas enormes…. Mas isso não é tudo. As poltronas da lado direito tendem a ser um pouco mais perigosas pelo fato do motorista – nos instantes imediatamente antes do impacto – instintivamente virar o ônibus numa tentativa de se proteger, expondo mais esse lado. Outro fator é que essa região não garante boa visibilidade.

As laterais do ônibus tendem a não ser muito perigosas. Dados de impactos laterais são pouco comuns, geralmente não são a alta velocidade e temos a vantagem dos passageiros estarem bem acima do nível da rua, mais alto do que maioria dos veículos. Esse também é o caso das batidas traseiras, mas nessa região temos outro fator de risco azarônico: é nessa parte do ônibus que fica o banheiro… (não preciso falar mais nada né?)

Sendo assim, pode-se concluir que as poltronas mais centralizadas e internas são as mais seguras (também são próximas das saídas de emergência, caso o ônibus tombe). Porém temos que excluir a inconveniência destas serem ao lado do corredor pelo qual todos vão querer passar e ficar esbarrando em você.

Mas numa situação real, temos que lembrar que o azar se divide em dois fatores: o fator posição no ônibus (a poltrona) e o fator pessoal (o seu azar intrínseco). Portanto, se forem aplicar os resultados apresentados aqui, lembrem-se do Princípio da Superposição! Somem o seu campo de azar ao das poltronas. Esse detalhe é de crucial importância!

No final das contas, não temos como dizer com total certeza qual a melhor posição sem saber QUEM estará em cada poltrona. Mas como pessoas muito azaradas, capazes de alterar todo o campo azarônico do ônibus, não são muito comuns… podemos usar esses resultados em quase todas as situações.

Hehe… é isso! Espero que tenham gostado da resposta/post!
Quem sabe, no futuro, não saia uma continuação desso post? Poltronas de avião, por exemplo…

Abraços!!

=/

Notas do Autor:

[1] Mestrado realmente frita seu cérebro e te deixa ocupado…muito ocupado!
[2] Isso quando não me sento do lado de pessoas estranhas que adoram puxar conversa ou de crianças soterradas em sacos de biscoito de polvilho que alegam ser astronautas.
[3] Tomando alguns cuidados! Não se deve colocar todos os contadores geiger que você tem no local onde quer medir a concentração de ázarons! Nunca!! O correto é: colocar apenas um e no momento que este quebrar, substituir por outro! Não se esqueça de calcular o potencial azarônico acumulado ao trazer o próximo contador do infinito até a posição da medida.
Curiosidade: Inicialmente usava-se “número de marca-passos quebrados por unidade tempo” mas depois de alguns testes… o método se mostrou inviável.
[4] Facci é uma contração do sobrenome do QF (o sobrenome é grande demais para o nome de uma unidade de medida, azar…) em homenagem por ser o Fundador da Mecânica Azarônica… =P


   Colaboracão de QF (QUASE Fisico)

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